sábado, fevereiro 10, 2007

JARDINAGEM

(Lisboa) No início desta semana foram mais uma vez notícia os subsídios do Governo Regional da RAM para o Jornal da Madeira. Isto é sabido há já muito tempo por todos e nem é daquelas coisas que se tenham de dizer à boca fechada, para mais ninguém ouvir. Toda a gente sabe e toda a gente aceita a coisa. O aceitar nem é o que surpreende mais, o que surpreende são os argumentos usados por Jardim para justificar esse apoio. Segundo o mesmo, esse apoio existe para que não persista o pensamento único encarnado no Diário de Notícias da Madeira. Isto numa região cujo Governo Regional tem maioria absoluta há décadas, numa terra onde todos os municípios são controlados pelo mesmo partido e da mesma cor do Executivo Madeirense. Numa terra onde são sempre os mesmos a se perpetuar em cargos públicos, cargos de contribuição. Pensamento único existe sim e é subsidiado pelo Governo Regional para fazer chegar a sua mensagem a toda a gente. Mais uma vez na Madeira a lei e a ética foram regionalizadas e por isso vai continuar tudo na mesma? O ponto de interrogação aparece por que me parece também que muita gente se queixa mas é melhor salvaguardar o que já se conhece do que saltar para o desconhecido imaginando que o desconhecido será sempre pior que o que se tem actualmente. É assim que o madeirense médio pensa.

A Lei das Finanças Regionais vai mesmo para a frente mas a guerra ainda não acabou. No meio dos protestos surgem sempre coisas que são de total abuso e que ultrapassam todas as medidas. Já nem me refiro ao baixo nível que os protesto encontram nas palavras e nos tons em que são feitos sentir. Refiro-me ao tom de chantagem e de apropriação do sentido de voto de toda a população da Madeira na passada eleição presidencial. Disse alguém responsável no PSD-M que os madeirenses se encontravam defraudados após terem votado no Presidente Cavaco e ser ele agora a passar a "lei maldita". Não tem nada uma coisa com a outra. É preciso muito cuidado também quando se usa o nome de todos os madeirenses. Que eu saiba a maioria absoluta dada ao PSD-M no parlamento regional não é um cheque em branco para usar o nome de toda a população seja no que for. O PSD-M tem de perceber que a Madeira faz parte de um todo nacional e que a democracia é mesmo assim uma vez concorda-se, outras discorda-se, umas vezes ganha-se, outras vezes perde-se. Estas reacções em cadeia e a peça de teatro encenada à porta da sede, na rua dos netos (como sempre, para consumo interno por que aqui, fora da região, a peça não passa na medida e seguindo o alinhamento que o autor quer), são estranhos sinais de quem embora tenha orgulho em mostrar e ostentar toda a sua experiência governativa e a sua abundância de quadros disponíveis, embora sejam sempre os mesmos no governo e no parlamento, não está habituado a perder e quando perde uma batalha parece uma criança mimada, chora, berra e esperneia. Espero é que os pais desta criança não cedam ao espectáculo e que a saibam educar convenientemente ao contrário do que aconteceu no passado.

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