terça-feira, maio 01, 2007

FALTA DE DISCIPLINA

(Lisboa) Há uns dias atrás um colega meu, daqueles chatos, ausentou-se para resolver um problema pessoal após o almoço. Ele é daquelas pessoas que estão sempre a reclamar de tudo e de todos e pensa sempre o trabalho do outro como não tendo valor nenhum, descontente sempre com as tarefas a ele incumbidas. É uma personagem engraçada, parece saído do programa dos Gato Fedorento. Criaturas assim são conhecidas como cromos. Passa a ideia de uma falsa segurança. Gosta de impressionar com palavras, mas só com palavras e não com atitudes. Gosta de chamar à atenção com o discurso Bem hoje vou fazer uma directa aqui ou então talvez volte para ficar aqui até à meia-noite ou então com um quando chegar vou acelerar tudo. Eu pergunto a mim mesmo para quê dizer estas coisas quando depois não actuamos nesse sentido? Em vez de aumentar a velocidade nos últimos cinco minutos por que não manter sempre a mesma velocidade de produção? Para quê fazer esse discurso de salvador da pátria? A qualidade e o profissionalismo não podem ser picos de estado mas sim uma constante nas nossas vidas. O sucesso de uma tarefa constroi-se em todos os momentos a ela dedicados.

Continuando. Depois saiu lá do sítio onde foi e começou-se a sentir doente (palavras do próprio) e decidiu não aparecer até porque já eram tantas horas e já não iria fazer nada segundo ele. Foi mesmo assim que descreveu a situação: saiu, sentiu-se doente e foi para casa por que estava a sentir-se doente. Fiquei confuso: afinal estava doente ou duas horas de trabalho jogadas fora não adiantam nada? Conseguem perceber a minha confusão?

Tendo tido já o privilégio de ter trabalhado fora de Portugal e de ter visto outros níveis de exigência sei que não nos falta capacidade técnica. Falta-nos disciplina nestas pequenas coisas que depois acabam por fazer toda a diferença. Somos atrasados por que queremos e não por destino como muita gente pensa.

Sem comentários: