sábado, janeiro 24, 2009

UM PAÍS QUE QUERIA SER MAS NÃO É

(Lisboa)

Conceição Calaça, 47 anos, Doméstica (marido desempregado)
O meu marido trabalhava nas Areeiras e foi o único despedido. Vim meter os papéis para o subsídio de desemprego dele. Temos três filhos, e só a mais velha trabalha. Felizmente a casa já é nossa. Com a minha idade já ninguém me dá trabalho.

in Diário de Notícias da Madeira de 24/01/2009, Desemprego com o nível mais alto da 'era' Jardim

Por um lado temos de ser flexíveis e metem-nos na cabeça que vamos ter de mudar de emprego mil e quinhentas vezes durante a nossa vida por outro essas mesmas pessoas não nos conseguem explicar por que é que pessoas com trinta e muitos não conseguem encontrar trabalho. Será que é pelo facto de termos de mudar de emprego muitas vezes durante a nossa vida? Reparem, se mudamos o que fazemos começamos a fazer coisas novas, logo temos de aprender, logo qual a vantagem de contratarem alguém com anos de experiência se esse vai ter de passar pelo processo de aprendizagem que um recém licenciado que está disposto a ganhar bem pouquinho? É assim que pensam a maior parte dos nossos gestores e são essas as indicações dos nossos responsáveis de recursos humanos. Que nojo de gente. Há uns anos a minha geração foi rotulada de geração rasca. Rasca é a geração que nos dá emprego, rasca são muitos gestores de empresas que não percebem nada do que estão a fazer. Revoltem-se!

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