quinta-feira, setembro 23, 2010

QUER O MEU QUEQUE?

(Dusseldorf) Cá estou eu no país modelo europeu. O país mais rico da Europa. Um paraíso para qualquer ser humano que goste de si próprio e dos seus. Por aqui também se ouve falar português. Acabam de passar dois brasileiros e um estava a perguntar ao outro: Você moraria aqui na Alemanha outra vez? O outro responde, Eu!? Não!!! Mas nem pagando. Cara, mas pera aí agora seria com família e tudo. O outro continua na mesma onda: naummmmmmm. E desapareceram no corredor do aeroporto de Frankfurt sem me dar tempo de entrar na conversa. Ora bolas, agora fiquei confuso. Isto não é um paraíso? E toda a gente gostaria de morar no paraíso não é?

Hoje, pela primeira vez mandei um SMS dentro de um avião, a uns dez mil metros de altitude. Vai-me ficar na memória esta viagem de avião Lisboa Frankfurt. Muitas perguntas na minha cabeça. Quantas antenas existirão dentro do avião? Será só uma célula ou haverá, por exemplo, uma célula na parte de trás do avião e outra na parte da frente? Quantas frequências? Se existir mais de uma célula então será possível fazer handover a dez mil metros de altitude. Está o leitor a perguntar o que é um handover? Handover é quando o telemóvel muda de célula sem afetar a chamada. É uma funcionalidade muito importante em rede celular já que a mobilidade é o objetivo e a razão de existir da rede móvel.

O telemóvel identificava a célula como On Air. Se não estou em erro é o nome da companhia que lançou esta possibilidade de fazer chamadas em aviação comercial. Continua a haver restrições na ligação dos móveis nas descolagens e nas aterragens.

A ligação deve ter o mesmo tarifário do roaming mas a mensagem de apresentação do serviço não especifica os preços praticados:

De TAPMobile
Welcome aboard! Be connected with TAP's inflight mobile service & don't forget to dial + or 00 with full international numbers. Have a nice flight!!

Não foi só a primeira vez que mandei um SMS dentro de avião em altitude de cruzeiro. Também foi a primeira vez que um vizinho meu de viagem ofereceu-me o seu queque, já que ele não ia comê-lo. Simpático, não? Se todas as vezes que não comêssemos o nosso queque o déssemos a quem precisa o mundo seria certamente um mundo melhor. Não acham? Eu não comi o queque dele. Respeitosamente recusei. Um queque chega muito bem para o meu bucho.

A imagem é do meu telemóvel fora de moda. Foi tirada quando entramos pela costa francesa adentro, vindos do Golfo da Biscaia.

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