terça-feira, outubro 11, 2011

SEM TÍTULO PORQUE ISTO É TRISTE DEMAIS

(São Paulo, Brasil) Passadas mais algumas horas da desilusão dos resultados eleitorais na Madeira as coisas agora fazem outro sentido. O povo escolheu e é soberano. Por maior queda que seja, a vitória do PSD-M é uma de maioria absoluta. Em termos práticos ter vinte e cinco ou trinta e quatro deputados não muda nada! Serve de consolação, e só isso, a maioria dos votantes não votar PSD. Mas é só essa a consolação, mais nenhuma. Agora sem dinheiro a coisa vai ter de mudar e talvez daqui a quatro anos seja o fim do domínio laranja. Até lá vamos ter mais do mesmo.

Por estes dias Victor Freitas escreve no Diário que o mito da avestruz não tem nenhum paralelo. Mais tarde ou mais cedo somos confrontados com a realidade que tudo fazemos para negar. Tudo fazemos para negar até ela ser inegável. Mesmo assim continuamos a negar e a inventar desculpas. O caso mais típico quando há um problema é encontrar um exemplo pior do que o nosso. Se encontramos um caso pior que o nosso então aparece o momento Aha! Viram? Outros também fizeram bem pior. Isso parece desagravar o erro ou o problema. Ele continua lá mas deixou de ser grave porque outros fizeram pior.

O mesmo Victor Freitas sugere que quem fez a dívida que page. Não será assim, pelo menos nunca foi assim. Quem lucrou com a dívida vai pagar na melhor das hipóteses o mesmo que tu e eu se o tu destas linhas viver e pagar impostos em Portugal. Quem fez a dívida a mesma coisa. Valeu a pena, o crime compensou desta vez.

José Manuel Coelho no mesmo Diário afirma que o povo tanto dá os votos como tira. Não estou de acordo com aquela velha ideia que é necessário suspender a democracia durante seis meses. A democracia é o melhor que se conhece mas não ficou provado que a maioria decidiu mal durante estes anos todos? Desculpem, esqueci-me que outros fizeram pior logo a dívida não é tão mal assim.

E os novos partidos com representação parlamentar na assembleia regional? Que poderão eles fazer? Certamente farão mais per capita que os grandes partidos, cheios de deputados, a maioria deles desconhecidos em todas as frentes.

Rodrigo de Matos no seu cartoon de ontem colou bem a ideia já expressa neste texto de que não interessa mais nada, depois da maioria absoluta.

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