domingo, novembro 24, 2013

SABORES DA MADEIRA

PREGO NO BOLO DO CACO COM NIKITA - SABORES DA MADEIRA - RUA DO OURO - LISBOA

(Lisboa, com muito frio) Abriu recentemente, na Rua do Ouro, em Lisboa, o Sabores da Madeira. O bolo do caco parece mesmo o que deveria ser. Não é aquele pão achatado que passa muitas vezes por bolo do caco aos menos sabedores. Há lapas, poncha, queijadas, Brisa, Coral e mais coisas boas típicas da Ilha da Madeira. O espaço é agradável e bem decorado com fotos do tema Madeira: um cacho de bananas, uma Casa de Santana, chapéus típicos. Não vi fotos políticas. Não há por aqui nada da chamada Madeira Nova. A Madeira Nova mais não passou do que pouco mais que duas décadas de ilusão. Agora vivemos o tempo da desmaMadeira. É um tempo difícil, na Madeira e fora dela mas um tempo em que é muito estimulante estar vivo. Talvez comparável ao 25 de Abril, à Segunda Guerra Mundial, à Implantação da República. O tempo em que percebemos que não somos ricos porque estamos na Europa dos ricos, nem somos ricos porque temos estradas, nem porque temos dois carros bons ou três. Percebemos que temos de trabalhar para um dia sermos ricos. Que para já somos pobres.

Tenho ouvido, ao longo do tempo que nós madeirenses não somos bem portugueses. Ouço não sei se em tom de provocação se de malícia. Se calhar dos dois, dependendo da pessoa ser mais bem formada ou não. Isto de bestas, há em todo o lado. Recentemente e não a propósito de bestas, no Brasil, ouvi uma nova etiqueta, os madeirenses seriam os meio caminho ou uma coisa assim do género. Isto porque estariam no meio do caminho para as terras descobertas por Cabral. Hoje em dia a uma hora e meia de viagem de Lisboa mas noutros tempos a muito mais distância temporal. Quem me disse esta do meio caminho também me disse que foi maltratada pelo destinatário da mensagem. Não seria o meu caso que não me ofendo com essas coisas. Pergunto-me qual teria sido a resposta que ela ouviu. Terá sido um meio caminho o c#r#&$o! Não sei. Fiquei a pensar que tipo de resposta indignaria esta senhora que agora me contava isto.

Não se esqueçam, também há nikita, com álcool e sem álcool. Querem saber a origem da nikita? Cliquem aqui. É um link seguro mas fazem bem em desconfiar. Para terem a certeza passem o cursor sobre o link sem clicar e vejam o link de destino que dependendo do sistema explorador utilizado pode aparecer em vários sítios.

SABORES DA MADEIRA - RUA DO OURO - LISBOA

sábado, novembro 16, 2013

INTERNET NO AVIÃO

(Lisboa, começou o frio) As tarifas para aceder à internet a dez mil metros de altura. Baratas não são. 4MB pode representar apenas uma fotografia.

domingo, novembro 10, 2013

OS VERDADEIROS ANIMAIS

O homem não sabe mais que os outros animais; sabe menos. Eles sabem o que precisam saber. Nós não.
s.d. Textos Filosóficos . Vol. I. Fernando Pessoa. (Estabelecidos e prefaciados por António de Pina Coelho.) Lisboa: Ática, 1968 (imp. 1993). - 164.

(Lisboa) Esta é para pensar.

TEATRO MUNICIPAL - SÃO PAULO

SÃO PAULO - TEATRO MUNICIPAL

(Lisboa) Vim a caminhar do Edifício Altino Arantes e atravessei o Viaduto do Chá e observei uma porta aberta no Teatro Municipal em São Paulo. Vinha com a minha modesta mas prática máquina de tirar fotografias na mão. O segurança, na porta, mediu-me todo e tentava reparar no que eu trazia na mão. Descobri, porque me disse, que as visitas ao Teatro Municipal têm de ser marcadas com antecedência e já está tudo cheio até 2014. Ainda não foi desta que entrei no Teatro Municipal, em São Paulo. Continuei a minha caminhada até à Paulista. São Paulo também é uma boa cidade para andar a pé. É andando a pé que se conhecem as cidades, não é de carro para todo o lado.

AEROPORTOS

GUARULHOS - SÃO PAULO - BRASIL

(Lisboa) Uma viagem Lisboa São Paulo tem três etapas. A etapa de voo em cima de território brasileiro. A etapa entre o Brasil e Cabo Verde. A etapa entre Cabo Verde e a Europa. É um voo muito longo e para além disso, mesmo com todos os confortos atuais da aviação como cadeiras confortáveis, sistemas de televisão individuais, comida e bebidas a bordo, casas de banho e em alguns voos, possibilidade de fazer chamadas em roaming ou acesso à internet, descansar não é uma tarefa fácil. O barulho que se sente dentro da cabina ainda é muito e não permite o relaxamento. Parece impossível mas há pessoas que conseguem e até ressonam. Haverá um dia, talvez, em que a cabina de um avião estará completamente insonorizada. O passageiro não precisa de sentir os ruídos do avião. Talvez o som seja útil para os pilotos mas não para o passageiro.


Nas filas do check in há sempre histórias. Histórias de pessoas, como a do português que vive em São Paulo e não gosta. Ele não tem nome, só a voz que vem da pessoa que está logo atrás de mim, na fila. Não tem nome nem rosto. Ele diz que "Deus nunca passou por aqui". Odeia, palavra dele, viver aqui. Se ao menos ainda fosse Buenos Aires. Eu não conheço Buenos Aires, nem sei se ele conhece para poder ser tão conclusivo. Buenos Aires ou Londres, diz ele. Toda a gente adoraria viver em Londres. Londres é uma cidade do mundo desenvolvido, uma cidade moderna, de um país de primeiro mundo. Segundo ele a situação está tão insuportável que se a mulher não quiser mudar ele pede o divórcio. E leva a filha, porque ela também não gosta de São Paulo, não se integrou com os amigos. A mulher dele parece querer ficar, não quer regressar à Europa. Não sei se ela é de cá ou de lá. Ele viaja sozinho e fala ao telefone com alguém, provavelmente um amigo. Sim porque estas coisas não se dizem a qualquer um. Eu por acaso estou a ouvir porque acho estranho preferir-se viver em Portugal do que no Brasil, acho estranho este ódio todo. Viver perto da praia? Se ele quiser viver ao lado da praia vai para o Algarve, acabou de comprar uma casa por lá. Viver em São Paulo é que não, já passou tempo demais por lá.



O CS-TOP, também conhecido por Pedro Nunes chegou ao aeroporto de Guarulhos manhã cedo e ficou parado perto da pista, desocupando a manga de onde desembarcaram as pessoas que vieram de Lisboa nesse mesmo dia. Para o voo da tarde foram buscá-lo para iniciar mais uma viagem rumo à Capital Portuguesa. Um pequeno camião foi puxá-lo para a manga 18. Estes pequenos mas cheios de força devem ser nomeados de alguma coisa na linguagem da aviação. Eu que apenas sou um curioso fascinado sem chegar sequer a ser um amador apenas conheço os follow me, os carros que guiam os aviões até ao estacionamento.
As viagens de regresso a Portugal, pelo menos por São Paulo são sempre de noite. Nunca encontrei uma em que o voo fosse de dia. No outro sentido as viagens são maioritariamente de dia mas também às há à noite. Não gosto de viajar de noite. Não dá para ver nada lá fora, nem dá para ver as enormes nuvens que se erguem até às altas camadas da atmosfera. As tempestades também não se veem. Só se vê a luz dos relâmpagos um a seguir aos outros, ao nosso lado. Outra diferença são os tempos de viagem. A viagem de regresso a Portugal dura sempre um pouco menos. Quase dez horas para lá, um pouco mais de nove horas para cá.

sexta-feira, novembro 01, 2013

ALTINO ARANTES

(São Paulo) Quase seis anos depois volto a subir ao alto do Edifício Altino Arantes. Um dos mais altos de São Paulo  mas não o mais alto, nem da Capital, nem do país. São mais de trinta andares e o mais surpreendente é que a visita é grátis. Não se paga nada para ir lá em cima ver a grande cidade. Ainda mais surpreendente é porque existem funcionários dedicados para organizar essa visita.

EDIFÍCIO ALTINO ARANTES - SÃO PAULO - BRASIL